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A incerteza do conhecimento...

Artigo de opinião - INFORMAR 1 de abril 2016

 

Quem sabe mais? O aluno que responde correta e automaticamente às questões das provas de matemática que logo esquece ou um carpinteiro que, à luz da racionalidade não sabe geometria e constrói coisas formidáveis, mostrando conhecê-la bem? O quanto a escola não valoriza e recusa saberes que tanto poderiam ajudar a conquistar as utopias de quem ensina?

Se, como acredito, conhecemos de várias formas, vários também devem ser os modos de aprender e ensinar. Os papéis do aluno e do professor já não são os da escola tradicional, embora isso ainda não seja notório em certos contextos educativos. Atualmente a educação não pode estar centrada na transmissão de conhecimentos mas sim no desenvolvimento da capacidade de produzi-los e utilizá-los. 

Com o fenómeno das redes sociais e o desenvolvimento da web 2.0 (blogs, wikis, podcast, etc.) mudam os cenários de aprendizagem. Os nossos alunos estão habitualmente nestes espaços e aprendem, não de uma maneira formal, mas sim em grupo e portanto, socialmente. A construção do conhecimento e o seu acesso está a alterar-se. Os professores necessitam olhar de outra forma para estes novos domínios de informação e precisam centrar a atenção nas novas situações de aprendizagem, a fim de captarem a atenção dos alunos cada vez mais aliciados e embrenhados nas novas tecnologias. As pessoas adquirirem informação fora da escola, disponível na internet ou em rede de computadores, estudando à distância, em casa, a qualquer momento e ao seu ritmo. A web 2.0 fornece serviços impossíveis de serem pensados há poucos anos. Os sites deixaram de ser estáticos passando a ser mais interativos e abertos. Através da edição, publicação e partilha, a web 2.0 permite uma participação ativa do utilizador que para além de ter esta função, passa a ser também produtor de informação. Oferece aplicativos antes utilizados apenas localmente, recursos de fácil utilização e ferramentas novas que não necessitam de instalação nem de uma constante manutenção. Estas ferramentas possibilitam novas formas de comunicação, o enriquecimento das práticas pedagógicas e fomentam a criatividade.

O professor deve fazer da educação o mais fascinante dos entretenimentos. A vontade de conhecer é inerente ao homem e as tecnologias potenciam a aprendizagem colaborativa, e juntos, o carpinteiro e o aluno de matemática contribuem para construir um mundo melhor. 

 

Ana Salvador

Formadora da EHF

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