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NÃO FOI POR ACASO...

Artigo de opinião - INFORMAR 5 fevereiro 2016

 

Não é por acaso que trabalho em Turismo. Foi durante alguns trabalhos part time ainda a frequentar a faculdade, num curso que nada tinha a ver com a área, que tive o primeiro contato com o mercado turístico. Esse contato com turistas de várias nacionalidades, com hábitos e culturas muito diferenciadas despertou em mim interesse na partilha de culturas diferentes, na visita de diferentes locais quer pela sua beleza natural ou arquitetónica quer pela importância da sua história. Queria mais e ingressei assim no Curso de Informação Turística da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e foi a partir daí que comecei a trabalhar mais a sério em informação turística e execução de itinerários turísticos.

Comecei a trabalhar essencialmente com os mercados irlandês e escocês no âmbito do turismo religioso e cultural. O que mais me apaixona neste trabalho é estar em constante contato com uma diversidade enorme de pessoas. A vantagem da diversidade cultural prende-se com a possibilidade de aprendermos mais sobre outras culturas e sobre outras formas de ver as coisas, novas ideias e diferentes formas de entender os problemas, sermos mais tolerantes, perceber como o outro funciona para o compreender e não gerar atritos ou tensões, o que nos enriquece enquanto profissionais e enquanto pessoas. No caso do turismo a diversidade cultural funciona em ambos os sentidos, nós aprendemos um pouco da cultura deles e eles da nossa.

Por vezes há casos caricatos, alguns visitantes não sabem ao que vêm e acontecem por vezes situações insólitas, pois este trabalho de “monótono” não tem nada, todos os dias os turistas arranjam sempre uma forma de nos surpreender e nos perguntar coisas novas. Os técnicos de turismo enriquecem a experiência dos viajantes mas estes também nos enriquecem. A troca de saberes é uma experiência riquíssima e única e há que ter em conta a experiência que se adquire para poder transmitir estes conhecimentos a futuros profissionais de turismo. É mais fácil transmitir os saberes teóricos quando os vivenciamos o que se torna fundamental e importante na formação de futuros profissionais, e este é um dos objetivos enquanto formadora da área…é mais enriquecedor transmitir o que vivenciamos do que o que “lemos”. Todos os dias são “um desafio” e uma aprendizagem, não poderia ser/fazer outra coisa…não, não foi por acaso!

 

Elsa Silva

Formadora da EHF

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