Mensagem da Diretora Executiva
EDITORIAL DO INFORMAR - Publicado no Notícias de Ourém a 17 de março
Valorizar as profissões
Rana Foroohar escrevia esta semana no Financial Times, que ser mineiro é uma profissão suja, mas que é uma profissão de futuro, dadas as enormes necessidades de minerais raros que são combustíveis necessário para veículos elétricos, aparelhos elétricos e tecnologias verdes, como o lítio por exemplo. A perceção daquilo que é o futuro das profissões, vem muitas vezes encantada com doce poesia de facilidades e ideias sobre um futuro idílico de realização de atividades online. Acredito que esta seja uma ínfima percentagem daquilo que acontecerá com as profissões no seu todo. Podemos estender o atributo a centenas de outras profissões que são essenciais às sociedades, como sejam a Cozinha, o Bar, a Mecânica, o CNC…
A valorização destas profissões tem sido um caminho diário nas nossas Escolas. Não basta falar disso, nós aplicamos isso. Reconhecemos a via profissionalizante como digna e de sucesso na inserção na vida ativa. Sujar as mãos pressupõe que depois ensinamos a lavar, limpar e proteger quando isso acontece. E é bom. Promovemos profissões e incorporamos base tecnológica a todas elas. Todas. Aperfeiçoamos métodos e técnicas de trabalho, qualidade, criatividade. O trabalho é de toda uma equipa, que se pauta por padrões de desempenho profissional, pese embora as conturbadas regras que nos são impostas sistematicamente na área da educação. Muitas delas incompreensíveis e com penalizações graves ao nosso funcionamento.
Mas ser profissional exige o compliance com regras, independentemente de concordarmos ou não com elas. Apostamos em diversificar os horizontes dos jovens, e sensibilizar as famílias para a importância da formação como fator de desenvolvimento pessoal, de propósito de vida e projeto de potencial profissional. Não me canso de dizer que nos países do norte da europa (que são os mais desenvolvidos) a escolha do ensino profissional é superior em todos eles a mais de 60%. É considerado que o ramo de ensino profissional promove crescimento económico e coesão social.
Escrevo a evidência daquilo que a analista do Financial Times afirmava: as profissões de futuro e com futuro, também exigem que se suje as mãos, mas isso só prova o potencial da formação profissional, que ombreia sem qualquer embaraço, com outros jovens do país e do mundo. As nossas escolas têm estado à prova e assim têm demonstrado. O futuro das profissões precisa de jovens conscientes e de mente aberta, não apenas nas palavras, mas sobretudo ações, pois serão eles a assegurar o mundo daqui em diante…
Carina João Oliveira
Diretora Executiva