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Homenagem Francisco Vieira

 

Excerto do discurso de Pedro Major, Diretor Financeiro da Insignare, na Cerimónia de Entrega de Diplomas aos Alunos Finalistas da Escola Profissional de Ourém e Escola de Hotelaria de Fátima, que decorreu no dia 14 de outubro de 2017.

Em nome de todos os colaboradores, foi chamado ao palco para prestar tributo a “um homem único, um visionário, um empreendedor, uma pessoa capaz de levar por diante todas as tarefas a que se propunha”, Francisco Vieira, Diretor Executivo da INSIGNARE, que faleceu no passado dia 2 de outubro. Pedro Major foi quem acompanhou mais de perto o nosso “chefe”, desde o seu retorno em 2010, tendo sido o seu braço direito e apoio fundamental na gestão da INSIGNARE, e que melhor do que outro colaborador, foi a pessoa certa para honrar a sua memória e o seu legado. No seu discurso realçou o caminho de Francisco Vieira, destacando a sua obra.

 

“…Agora a segunda parte da minha intervenção. A parte mais difícil, como todos devem compreender. Quando internamente pedi ao José Luís Pegada para, em conjunto com a Liliana Crispim, tratarem da organização desta cerimónia, estava longe de pensar que me iam fazer uma coisa destas. Falar sobre alguém como o Dr. Francisco Vieira é fácil, mas falar sobre ele tão pouco tempo depois de nos ter deixado, é que me parece bem mais difícil.

Penso que os adjetivos utilizados nas últimas duas semanas nas redes sociais, na comunicação social, nas conversas de café que todos fomos tendo uns com os outros, são todos eles mais do que justos.

O Dr. Francisco Vieira era um Homem único, um excelente líder, um visionário, um empreendedor, um lutador, um bom pai, um bom filho. Era tudo isto e muito mais, mas penso que a sua passagem na INSIGNARE se define perfeitamente num verso da obra de Fernando Pessoa, Mar Português, que dizia: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.

“Deus quer” e acredito que Deus queira sempre.

“O homem sonha, a obra nasce” aqui enquadra-se o Francisco Vieira.

Em 1990, Francisco Vieira sonhou com a criação de uma Escola Profissional que formasse jovens para o mercado de trabalho do concelho de Ourém e em 24 de Agosto desse ano era assinado o contrato de criação da Escola Profissional de Ourém entre a Câmara Municipal de Ourém a ACISO-Associação Empresarial de Ourém-Fátima e o Ministério da Educação.

Em 1993, Francisco Vieira, sonhou com a criação de um pólo em Fátima, dedicado exclusivamente à formação na fileira hoteleira. Então convidou o CEF a ser também ele promotor da Escola Profissional de Ourém e com a colaboração do também saudoso Professor António Lopes, foi criado o pólo de Fátima, a funcionar durante muitos anos nas instalações do Centro de Estudos de Fátima.

Em 1996 surgiu a possibilidade de se apresentar uma candidatura a Fundos Comunitários para construção de instalações próprias para a EPO e, depois de uns dias de trabalho, que culminaram numa direta a trabalhar, a Dra. Purificação Reis foi a Lisboa entregar a candidatura pessoalmente, e eu, que também tinha feito parte dessa equipa de trabalho, fui fazer um exame no Instituto Politécnico de Leiria. A candidatura não foi aprovada, durante o tempo em que ainda esteve a trabalhar connosco dessa primeira vez, mas foi a semente que poucos meses depois permitiu à Dra. Purificação iniciar a construção das novas instalações da EPO.

Passaram-se alguns anos, e muitas coisas foram acontecendo nesta instituição, até deixámos de nos chamar EPO para passarmos a ter uma denominação que englobasse todas as áreas de atuação da Entidade. Passámos a chamar-nos INSIGNARE. E não pensem que durante todos estes anos o Dr. Francisco Vieira esteve por longe, chegou inclusive a ser Presidente da Mesa da Assembleia-geral.

Dia 2 de janeiro do ano 2010, será para mim um dia que sempre me marcará muito, pela positiva, o dia em que voltei a trabalhar com o Francisco Vieira, e logo nesse dia começou ele novamente a sonhar: “Está na hora de autonomizarmos o pólo de Fátima da Escola Profissional de Ourém e passarmos a ter a Escola de Hotelaria de Fátima”. Depois de lhe ter dito que “bom são necessários uma série de formulários e muita sorte para nos aprovarem esta pretensão durante os próximo dois anos…”, ao que me respondeu “então começa a tratar de preencher os formulários e envia-os para Lisboa o mais rapidamente possível”. O certo é que depois de uns pequenos 3 ou 4 meses tinham-nos aprovado a Escola de Hotelaria de Fátima.

E uma escola autónoma merecia instalações próprias, e logo começou a sonhar com novas instalações. Depois de iniciarmos um processo de compra de terrenos para a construção, lançamos o concurso público para a seleção do gabinete de arquitetura para a realização dos projetos e tratar do licenciamento em Dezembro de 2013. Recebemos alguns dias antes da sua morte a aprovação dos projetos por parte da CMO. Infelizmente não chegou a saber que já tinham sido lançadas e aprovadas as sementes para esta tão grandiosa obra.

Mas não pensemos que ficaram por aqui os sonhos do Francisco Vieira. Pensou em conseguir transformar a Escola Profissional de Ourém numa Escola Oficina. Depois de mudarmos a quase totalidade da oferta formativa da EPO, de aumentarmos ainda mais as oficinas já construídas no tempo da Dra. Purificação, temos uma escola que nos enche de orgulho.

Temos duas Escolas Profissionais que são de reconhecido mérito localmente, regionalmente, nacionalmente e internacionalmente e isto fica a dever-se a todos nós que trabalhamos aqui. Mas fica também a dever-se em grande parte aos sonhos daquele que era o nosso grande líder, o Dr. Francisco Vieira.

ASSIM, NÃO VALE CHEFE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ”